1ª Edição da revista linda |
Lançamento do disco NMEchá#2 |
A revista promove, também a interação entre os artistas, colunistas e os ouvintes, um bom exemplo seria o que foi feito no lançamento do disco NMEchá#2 comentado anteriormente, aonde os próprios compositores serviam o chá aos ouvintes, aonde acontecia uma interação direta entre artista e ouvinte, representando uma nova forma de se produzir música: quando os próprios ouvintes tem algo a dizer que se reflitirá no trabalho dos artistas.
A Música Eletroacústica
A música eletroacústica é uma tendência musical nascida no final dos anos quarenta que se caracteriza pela utilização de sonoridades "concretas": gravações manipuladas e a síntese de sons puros através de aparelhos eletro-eletrônicos. Os seus representantes são quase sempre ligados ao mundo acadêmico e universitário.
Tem sua origem a partir de duas correntes, a musique concrète(música concreta), originada na frança por Pierre
Schaeffer no Studio d'Essai da R.T.F. (Radiodiffusion Télévision Française) de
Paris e a elektrinische Musik(música eletrônica), originada na Alemanha por Herbert Eimert e sua equipe do estúdio W.D.R. (Wesdeutscher Rundfunk).
Na música concreta, Schaeffer utilizava a manipulação (corte de fitas, alterações na rotação, loopings, entre outras técnicas) de
sons previamente gravados. Essa música tinha como
uma de suas características centrais a utilização de sons das mais diversas
fontes sonoras, como sons de passos, vozes, maquinas... e não apenas sons
produzidos por instrumentos.
Apostarophe - uma composição de Shaeffer
Já a música eletrônica, foi aonde se começou a gerar sons eletrônicos através de ociladores de frequência. Sua
evolução está fortemente ligada ao desenvolvimento de equipamentos eletrônicos
e a evolução da pesquisa envolvendo sínteses sonoras: estudos que
resultaram, posteriormente, na criação dos sintetizadores. O compositor Karlheinz Stockhausen, importante figura do cenário
musical, junta-se ao grupo de Eimert em 1953
depois de ter passado um tempo de estudos na França junto de Schaeffer. É considerado um dos responsáveis por juntar os dois gêneros (a música concreta e
a eletrônica) na obra Gesang der
Jünglinge onde utiliza tanto material concreto quanto eletrônico, sendo considerada um marco desse gênero.
Gesaung der Jünglinge - Stockhausen
No Brasil, as primeira obras eletroacústicas
remontam no começo dos anos 60 com os trabalhos de Jorge Antunes, Reginaldo
Carvalho, Cláudio Santoro, e vários outros. Dois destaques importantes são Rogério
Duprat, aluno de Stockhausen e estagiário durante um mês no estúdio da
R.T.F. da frança, responsável pelos primeiros estudos eletrônicos envolvendo
computadores no Brasil e principal arranjador do movimento Tropicalista, responsável nesse ultimo por juntar conceitos eletrônicos e eletroacústicos aos
arranjos, ajudando assim a tornar maior a vertente vanguardista do movimento na área musical e Jocy de Oliveira, importante pianista e compositora com varios discos gravados no Brasil e no
exterior, ocupando a cadeira n.32 da academia brasileira de música, sendo pioneira no desenvolvimento de um trabalho multimídia no Brasil envolvendo
música, teatro, instalações, textos e video. Foi, também, solista sobre a regência
de Stravinsky além de muitos outros
trabalhos de tamanha importância.
Wave Song para piano e fita, de Jocy de Oliveira
Atualmente, os dois maiores nomes de destaque na
composição e pesquisa eletroacústica brasileira são Flo Menezes, professor
de composição e Música Eletroacústica da Unesp e Diretor do Studio PANaroma da
Unesp e Fernando Iazzetta, professor na área de Música e Tecnologia do
Departamento de Música da Escola de Artes da USP e coordenador do Laboratório de Acústica
Musical e Informática (LAMI).